Existem 2 filmes do mesmo diretor, Kyoshi Kurosawa, que usam o silêncio de uma forma interessante. Não apenas silêncio projetado, mas uma trilha sonora absolutamente (ou, se não, muito próxima de) morta.
Cure (1997) tem uma cena onde o antagonista (para usar o termo vagamente) hipnotiza um médico. Não consigo me lembrar dos detalhes exatos, mas, enquanto ele fala com ela (fazendo toda aquela coisa de voz hipnotizadora calmante) a imagem corta para um pouco de água, derramada de um copo, escorrendo pelo chão. É acompanhado pelo som da água escorrendo pelo chão, depois se desvanece brevemente. Muito estranho, e cria um efeito estranho.
Tokyo Sonata (2008) tem uma cena em que uma mãe vê seu filho adolescente rebelde, que está partindo para se juntar ao exército. Quando o ônibus em que ele está saindo, há um ponto de vista estreito (da perspectiva da mãe) do rosto de seu filho na janela, que é acompanhado por um breve ponto morto na trilha sonora. A cena já era bastante emocional, mas, de alguma forma, a queda para o silêncio me deu um nó na garganta.
Madeo (2009): eu não sei o que é com design de som japonês / coreano, mas este também tem um uso fantástico do silêncio mortal na cena final do filme.